Fim do reinado: Prime Video ultrapassa Netflix e é o maior streaming nos EUAQuanto custa assinar todos os streamings no Brasil?

É uma mudança que chega com gosto amargo, como bem sabe o co-CEO Ted Sarandos. Falando a investidores, ele disse não acreditar que os usuários entenderiam a alteração e que, com a grande quantidade de plataformas para escolher, ela não trará seus efeitos negativos. No longo prazo, entretanto, a ideia é resolver uma questão que atinge pelo menos 100 milhões de espectadores em todo o mundo, ainda que apenas parte deles decida pagar para continuar tendo acesso à plataforma. Restam dúvidas, entretanto, sobre o formato que será usado para coibir o compartilhamento de contas. De acordo com os termos de uso da Netflix, o empréstimo de senhas só é permitido para usuários que moram na mesma casa, com esse monitoramento sendo feito a partir de identificadores de dispositivos, atividade e endereços IP. O formato usado já apareceu em testes realizados em países da América Latina, com a cobrança de uma taxa adicional de até US$ 2,99, ou cerca de R$ 15, para o usuário que compartilha o perfil. A solução para os casos acima veio na forma de uma gratuidade de duas semanas a 30 dias, com o experimento chamando a atenção, em meados deste ano, como o primeiro esforço claro da Netflix rumo ao fim do compartilhamento de contas.

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Entretanto, a métrica está longe de ser suficiente. Em países como a Índia, um mercado dos mais importantes para a empresa, há um alto consumo de conteúdo fora de casa, no transporte e a partir do celular, com a localização não sendo a melhor medida. Em outros territórios, entram questões como filhos que saem de casa para estudar fora, viagens com uso da Netflix em hotéis ou famílias que possuem uma residência onde passam todo o verão, por exemplo. Enquanto isso, estimativas da consultoria Cowen dão conta que o fim da divisão de perfis entre as pessoas deve gerar um faturamento adicional de US$ 721 milhões para a Netflix - isso somente nos EUA e Canadá, onde estão pelo menos 30 milhões de usuários desse tipo. É muito dinheiro e, como todos sabemos, em um período de queda no número de assinantes, também é exatamente o que a Netflix busca. Por enquanto, porém, nada de detalhes ou datas para o fim do compartilhamento de senhas na Netflix, mas já estão disponíveis recursos como a transferência de perfis entre contas, justamente de olho em quem, em breve, pode ter de pagar sua própria. Como a ideia vai funcionar e, principalmente, se vai dar certo, é o grande nó a ser desatado pela equipe de Sarandos e da Netflix em 2023. Fonte: The Wall Street Journal